Preciso
confessar-me fraco, me deixar ser quebrado, moído, apresentar-me como barro,
para ser novamente concebido pelo braço forte de Deus.
Preciso escancarar
minhas portas, deixar entrar a aurora, não ter dentro e nem fora, clarear toda
a alma, para ser visto por Deus.
Preciso me calar de
todo, descansar meu desgosto, estender minhas ansiedades até que elas estejam
tão tênues que sejam apenas a superfície de minha alma, não oferecendo nenhuma
resistência para ser sondado por Deus até o mais profundo do meu ser.
Preciso me cansar
de mim mesmo, desistir de todo o mundo, desprender-me do passado e ignorar qualquer
expectativa futura, para então estar no presente eterno de Deus, para quem não
existe tempo.
Preciso negar a razão,
superar a paixão, conhecer o que sinto e sentir o que conheço, então me largar,
me deixar, para poder caminhar ao lado de meu Deus.
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