“Mas buscai primeiro o seu
reino e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus
6.33).
Se fizermos a um frequentador de igreja evangélica atual a pergunta:
“por que você vem à igreja?”, ou, “o que você quer quando vem à igreja?”, ou, “qual
a sua principal intenção em frequentar uma igreja?”, ou ainda, “o que você mais
quer de Deus?”, qual será a resposta?
Não, nem estou me questionando por que a pessoa busca a Deus,
isso, fora da igreja, em casa, no mundo, já que muitos simplesmente têm uma
vida fora da igreja superficial, apenas mantendo as aparências. Mas mesmo
aqueles que são coerentes, que têm uma mesma cara nos cultos e no mundo, a
resposta para as questões acima pode não ser a que mais agrada a Deus, não na
opinião desse cristão aqui.
Antes mesmo de começar essa reflexão, preciso dizer duas coisas:
primeiro é que eu acredito, preciso e experimento milagres, segundo é que sou
de uma geração, me converti nos anos 1970 aos 16 anos, onde atitude, vida
social, valores espirituais eram onde os maiores milagres podiam acontecer, e não
na vida material. (Já refleti sobre isso em outras postagens.)
Eu já dei a resposta às questões acima, o que as pessoas mais
procuram nas igrejas nos tempos atuais são milagres, e principalmente milagres
materiais. Não, não me refiro ao maior de todos os milagres, a conversão, tão
pouco refiro-me a enfermidades que muitas pessoas carregam por anos e que só
obtêm cura delas quando se convertem. Refiro-me a bens materiais e a mudanças
nas áreas de relacionamentos pessoais, isto é, casamentos.
Desculpe-me se você pensa diferente, mas isso me incomoda, como eu
disse, sou de um tempo em que a mudança de valores interiores era mais
importante. Continuo acreditando que o que mais importa no cristianismo, que o
estabelecimento do reino de Deus, é a mudança de nosso caráter, é a cura
interior, é a transformação do nosso emocional. Isso tudo deve nos levar a ser
mais semelhantes a Jesus, nossa referência absoluta, deve moldar nosso caráter
de maneira a agradar mais a Deus. Essa é a grande obra que Deus quer fazer em
nossa vida e isso deve ser nosso principal objetivo a participar de um culto.
Sim, Deus faz milagres, eu preciso deles e experimento-os, mas
quero mais que Deus quebre meu orgulho, que me ensine a amar mais, que me dê
forças para me aproximar das pessoas, de todas elas, e ser bênção na vida
delas, falar com elas, orar por elas, caminhar com elas, ajudar com meus bens e
dinheiro, se for preciso.
Quando isso é buscado, a comunhão com as pessoas passa a ser a
coisa mais importante das atividades da igreja, e não a fabricação de eventos
para que milagres materiais aconteçam. Quando a cura interior é o principal
objetivo do crente, esse olha, em primeiro lugar para cima, para Deus, mas olha
depois para os lados, para as pessoas, ao invés de ficar o tempo todo com os
olhos fixos no púlpito, como se ele fosse um “altar mágico”, onde coisas
sobrenaturais devem acontecer o tempo todo.
Talvez mudança de caráter seja algo que não dê marketing para muitas igrejas atuais, marido novo e casa própria podem ser milagres mais convenientes, mas isso não é o centro da vontade de Deus para as vidas das pessoas. Repito pela terceira vez, acredito, preciso e experimento
milagres, mas buscar mudança de caráter é o que o Evangelho chama de buscar em
primeiro lugar o reino de Deus, quando isso ocorre os milagres seguirão
acontecendo, natural e poderosamente.
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