Alguns
pastores evangélicos precisam ter mais cuidado com o que falam nos púlpitos e
na mídia. Motivados por uma ênfase pentecostal equivocada que os obriga a
pregar vitória incondicional e milagre sempre, criam inimigos, onde não existem,
prometem coisas que Deus não prometeu, principalmente na área material. Isso cria
nos cristãos uma mentalidade insana, frustrada e culpada, assim como mostra
para o mundo um evangelho falso.
(Pouca
gente quer milagre para quebrar o orgulho, libertar da ira, conseguir perdoar o
inimigo, poder amar, as pessoas querem mais é dinheiro no bolso, emprego, casa
própria e um bom casamento. Milagres na área afetiva, social, psicológica, revelam as próprias
fraquezas, milagres materiais jogam a responsabilidade em Deus e a culpa no
mundo, na inflação, na crise econômica, etc...)
Quando
assisti a entrevista de Marília Gabriela com o Silas Malafaia (veja a entrevista completa no link do Youtube), é claro que
fiquei feliz em ver um evangélico sendo corajoso e argumentando à altura a uma
fortíssima expoente da mídia, contudo me incomodou a maneira "enfática", digamos assim, como o
pastor respondeu às perguntas. Não penso que Jesus falaria daquele jeito, no
final os dois pareciam iguais, mesmo que defendendo posicionamentos diferentes,
já que lutavam batalhas distintas, mas com as mesmas armas.
Mesmo
que eu ache errada a postura do mundo sobre homossexualidade, mesmo que eu ache
injusta o movimento que quer tirar das pessoas o direito de terem opiniões
diferentes, não acho que Jesus falaria como fala alguns pastores, não, Jesus
não abordaria assuntos tão delicados da maneira como esses pastores abordam. O
resultado é que o mundo, cujo líder real já tem naturalmente o objetivo de
perseguir e de calar a Igreja, acaba criando mais dificuldades do que deveriam
realmente existir, para a pregação da palavra de Deus.
Concordo
com o direito, democrático, que os cristãos devem ter de falar a sua opinião
sobre este ou aquele assunto, posso até concordar com o posicionamento
doutrinário deste ou daquele pastor, mas não concordo com a maneira como este
ou aquele líder evangélico se manifesta, sem amor, sem cuidado, com certo toque
de ira e descontrole, repito, não acredito que Jesus falaria e agiria assim. Na
verdade, sobre muitos assuntos polêmicos Jesus simplesmente se calou.
É
isso que nós evangélicos devemos fazer, falar menos e viver mais, não adianta
lutar com o mundo, a carne e o diabo, com as armas deles, que são a argumentação,
a política, a imposição. O cristão verdadeiro luta com as armas da luz, que é a
sabedoria única dos textos bíblicos e o poder do nome de Jesus. As almas não são
salvas pela política, pela imposição, elas não são convencidas pela argumentação.
A obra é feita pelo Espírito Santo e o testemunho somente pode ser dado por um
viver de temor a Deus dos filhos de Deus.
Muitos
evangélicos querem negar o exemplo final de uma vida piedosa que Jesus deu, não,
não foi de reconhecimento público, de poder político, de vitória de argumentação,
mas foi da cruz. É claro que Jesus padeceu para que nós, evangélicos, não padecêssemos,
mas Ele padeceu por nossos pecados. A vida genuína de um cristão não levará a
padecer por ele, isso não é possível, útil ou necessário, ela o levará a
padecer pelo testemunho do Evangelho, por falar e viver o caminho de Jesus, o único
caminho que pode conduzir a humanidade a Deus e à paz.
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