quinta-feira, julho 04, 2013

Cristianismo e filantropia

Muitos confundem religiões com associações filantrópicas, com ONGs, com assistência social, etc. Antes de religiosos todos nós devemos ser cidadãos, e como tal precisaríamos nos envolver com a ordem e a justiça, ajudando necessitados, sejam órfãos, sem-teto, doentes, viciados, enfim, todos aqueles que não podem sozinhos sobreviver de maneira digna na sociedade.
Muitas religiões cumprem esses deveres sociais com primazia, mas isso não identifica, necessariamente, uma pessoa desta ou daquela religião. Jesus deixou orientações prioritárias sobre isso, ensinando que o amor de um verdadeiro cristão deve movê-lo a ajudar as pessoas de uma maneira eficaz. Contudo, religiões, e aqui nem estou privilegiando o cristianismo, possuem um conjunto de doutrinas que definem suas visões de Deus, do homem, do mundo e da eternidade, assim como meios que levam todos a serem pessoas melhores.
Citando um exemplo, todos devem auxiliar as crianças como seres frágeis e dependentes que são, contudo isso não significa que elas serão batizadas, não pelas religiões cristãs que seguem as verdadeiras orientações bíblicas. Mas isso não representa exclusão do ser humano, negação de um direito, é apenas uma regra da religião. Mesmo porque, no exemplo, crianças como inocentes que são não necessitam de batismo para terem direito à comunhão com Deus, elas já têm pelo fato de ainda serem inocentes, portanto, livres de pecados.
Isso acontece também, por exemplo, com casas de recuperação de viciados em drogas. Igrejas evangélicas podem manter esse tipo de instituição, indiferentemente se os recuperados são ou não evangélicos, obedecem ou não às doutrinas cristãs. Portanto, mesmo sendo recuperado e amado pelos evangélicos, o que vai fazer do ex-drogado um evangélico não é sua recuperação, mas a sua opção de um relacionamento com Deus e com a vida espiritual de acordo com a doutrina da igreja evangélica.
Obviamente, como cristãos, acreditamos que uma completa libertação do mal, como do vício de drogas, só ocorrerá quando a pessoa se converter ao cristianismo, quando aceitar Jesus como salvador, quando nascer de novo, e sendo assim, terá direito ao batismo nas águas, às ceias, à comunhão com a Igreja e à participação de ministérios e lideranças.
Um grande equívoco que as pessoas cometem, usando um assunto bem atual, é confundir seriedade da doutrina com falta de amor ou preconceito. Apesar da maioria dos cristãos terem um posicionamento sobre os homossexuais, de que a situação deles pode ser mudada, (e novamente que fique bem claro que não estou aqui defendendo nem esse nem aquele posicionamento doutrinário), mas apesar de alguns pensarem de determinada maneira isso não significa que os homossexuais não serão amados ou respeitos, mesmo que não sejam cristãos convertidos.
Pode-se amar sim, mesmo não se concordando com a escolha de vida de alguém, que cristianismo seria o nosso se isso não acontecesse? Isso ocorre com os presidiários, como cristãos, sabemos que eles estão numa posição legalmente irreversível, pelo menos a princípio, já que estão pagando um preço por algo de errado que fizeram contra a sociedade (e novamente preciso dizer que não estou colocando esse exemplo no mesmo grau de erro ou valor moral do outro que citei), mas mesmo assim nós os amamos e trabalhamos com eles, dentro dos presídios, evangelizando-os, dando a eles a possibilidade do perdão de Deus.
Doutrina nada tem a ver com filantropia, mesmo a cristã, mesma aquela que segue o evangelho de amor de Jesus. Doutrina é para quem quer se colocar debaixo da religião, e como todo dever tem também seus privilégios. Filantropia é missão de todo cidadão, todo ser humano lúcido e sensível que deseja ver a sociedade melhor, indiferente da opção religiosa que cada membro dessa sociedade faça.
Mas como cristão, repito, temos toda a convicção de que se as pessoas escolhessem por Jesus, não somente seus exemplos de amor ao próximo, mas seu papel de único salvador da humanidade, a sociedade provaria uma real e plena transformação, a justiça aconteceria, a igualdade seria viável, não haveria sofrimentos. Isso, todavia, só acontecerá no céu, infelizmente, de acordo com os ensinamentos bíblicos, enquanto isso sigamos, cada um de nós, fazendo nossa parte.
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