“Eu não recebo glória da parte dos homens; mas
vos conheço bem, e sei que não tendes o amor de Deus em vós.
Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; mas, se outro vier
em seu próprio nome, a esse recebereis. Como podeis crer, vós que recebeis
glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do único Deus?
Não penseis que vos acusarei perante o Pai. Há outro que vos
acusa, que é Moisés, em quem tendes esperança. Pois se crêsseis em Moisés, creríeis
em mim; porque ele escreveu a meu respeito. Mas, se não credes no que está
escrito, como crereis nas minhas palavras?”
João 5.41-47
É
inadmissível que uma igreja que diz que prega Cristo, seu amor, sua misericórdia,
trate a questão homossexualidade com falta de respeito. Começo repetindo que não
vou nesta reflexão defender qualquer posicionamento, seja o cristão
convencional, que diz que a questão pode ser mudada, seja o de outros, que diz
que a questão deve ser aceita como é. Chamo atenção é para a incoerência, resultado
da superficialidade com que muitos púlpitos tratam a questão. Direciono aos púlpitos
porque o alerta é para líderes, que têm como responsabilidade direcionar
ovelhas no caminho certo.
Será
que quem trata o assunto com legalismo e com total desafeto, quando está
pregando na paixão de suas almas e não no poder do Espírito Santo, pensa
realmente na possibilidade de ter alguém sentado na igreja, assistindo o culto,
estar enfrentando um terrível dilema no que se refere a sua sexualidade? E as
ovelhas, realmente teriam coragem de convidar alguém com a questão para ouvir
uma palavra assim, displicente e fria? Será que quem diz o que quer no púlpito está
ciente de que pode estar machucando pessoas, não com seu posicionamento,
repito, seja ele qual for, mas com a total ausência de amor em compartilhá-lo?
Acorda
Igreja! Não para a modernidade ou pós-modernidade (termos que alguns usam no púlpito
sem ter a mínima ideia do que signifiquem), acorda para viver realmente o amor
de Cristo. Amor que confronta, sim, amor que não aceita o pecado, sim, amor que
fala de coisas sérias sem temor, sim, mas amor QUE AMA, que respeita! O que é respeito
senão sentir na própria pele a dor do outro? Quando experimentamos isso, temos
cuidado com o que falamos, não confundimos amor com educação social ou com um carismático
sorriso.
Os
que falam o que querem nos púlpitos sem se preocupar realmente com o que os
outros estão sentindo na verdade são pessoas imaturas, que não se conhecem e
nessa condição nunca conhecerão o outro, suas mazelas, suas dificuldades. Quem
se olha errado, nunca viu Deus e se equivocará com todos. Quem se acha infalível,
exigirá dos outros, perfeição, quem se coloca em cima falará aos outros como
menores, pois é assim que se vê tudo de cima. Lembro que essa é a postura almejada
por Lúcifer, já que acima de tudo só Deus pode estar.
Enquanto
o púlpito é usado por homens, e não por Deus, os lares desses mesmos que usam
os púlpitos, são destruídos, filhos, parentes e amigos vivem seus dilemas, como
a homossexualidade, na solidão. Não podendo confiar suas vidas aos próximos que
se colocam como juízes antes do tempo (se é que o homem pode ser juiz em algum
tempo), confiarão, muitas vezes, nas pessoas erradas, e ao invés de virem para
o evangelho, abrigar-se-ão debaixo das asas do mundo, da marginalidade, do mal disfarçado
de ético, politicamente correto e humanista.
Acorda
Igreja para viver realmente o amor, que falemos menos e vivamos mais, e isso não
nos púlpitos, buscando plateia e aplausos, mas em nossas intimidades, no meio
familiar, entre conhecidos e colegas de trabalho, de estudo, vizinhos de nossas
residências. Isso sim é fazer evangelismo, muito mais que empunhar um megafone
nos palcos dessa vida. Acorda, senão as pedras clamarão e elas já estão
clamando...
“Pois a pedra clamará da parede, e a trave
lhe responderá do madeiramento. Ai daquele que edifica a cidade com sangue e a
alicerça com maldade! Acaso não procede do SENHOR dos Exércitos que os povos
trabalhem para o fogo e as nações se cansem em vão? Pois, assim como as águas
cobrem o mar, a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR.
Ai daquele que dá de beber ao próximo, adicionando à bebida o seu
furor, e o embebeda para ver a sua nudez! Terás fartura de vergonha e não de
honra. Bebe tu também e expõe tua incircuncisão; o cálice da mão direita do SENHOR
se chegará a ti, e a vergonha cairá sobre a tua glória.”
Habacuque 2.11-16
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