A
Igreja cristã é formada por inúmeras denominações, algumas já com centenas de
anos, como as protestantes, outras mais recentes, como as pentecostais, e
outras ainda recentíssimas, como as chamadas no Brasil de neopentecostais. Igrejas
independentes, na maioria com doutrina pentecostal ou neopentecostal, que não
pertencem a nenhuma convenção, também têm crescido dia a dia em número em nosso
país. Como já refletimos aqui, divergem não na doutrina básica, nisso a maioria
é semelhante, mas são diferentes nas ênfases dos dons espirituais, na adoração,
mas, principalmente, na cultura. Tudo isso pode ser respeitado, se Deus respeita,
quem somos nós para dizer o contrário?
Contudo,
a Igreja não pertence a homem algum, pertence a Deus, as ovelhas, antes de
serem de pastores humanos, são de Deus, e esse mesmo Deus zela com muito cuidado
por aquela que é a noiva do cordeiro. Conhecendo seus filhos, Deus sabe de suas
necessidades, e elas mudam, de geração para geração, principalmente nas últimas
décadas, com tantas revoluções sociais e culturais. Sendo assim os homens não
pode se achar no direito de engessar o culto com liturgias e tradições, mesmo
respeitando a cultura de cada denominação, de cada grupo, de cada igreja, é
preciso conhecer, discernir, a vontade de Deus, e entregar aos filhos do Senhor
aquilo que ele quer dar, que não é necessariamente, muitas vezes, aquilo que mais agrada ao nosso gosto pessoal.
Experimentamos
há algum tempo no Brasil um poderoso mover de Deus através da adoração, nisso
ministérios, compositores, cantores e bandas, têm sido levantados, para
entregar às igrejas uma cura poderosa através do louvor cantado e tocado. Mesmo
que muitos, por motivos errados, têm usado esse mover em benefício próprio,
outros contudo, têm-se mostrado insensíveis a ele. Muitas igrejas,
principalmente aquelas que têm a palavra como a parte principal do culto, o que
é a ênfase bíblica do novo testamento, têm usado isso como desculpa para não
adorarem a Deus através desse mover. O resultado é a tal Igreja dividida que
também já refletimos aqui: muitos usufruem do mover do Espírito na adoração,
mas se esquecem da palavra, outros focam na palavra, mas não adoram.
Já
falei bastante aos que adoram, mas fogem da palavra, citei bastante aqui o
tema, “Igreja, acorda! Volte para a Bíblia”, mas agora gostaria de
levantar um outro tema: “Igreja, adore e
seja curada”. Mesmo que muitos de nós sejamos de gerações anteriores a
atual, e sejamos os que lideram as igrejas, precisamos entender que Deus move
seu Espírito de maneira específica para abençoar a geração contemporânea. Nós, líderes,
principalmente levitas da música, temos o dever de levar esse mover ao povo de
Deus, Deus irá nos cobrar isso. Se não fizermos isso, estaremos privando o povo
de Deus de cura e libertação, todavia, para levar aos outros é preciso que nós
mesmos provemos isso antes.
Já
ouvi um dia alguém dizer, “músico não gosta de orar”, no meu entender isso é impossível,
dentro de um ministério sadio e legítimo. A adoração, naturalmente, nos
introduz na sala do trono, nos atrai à oração, nos coloca de joelhos diante de
um Deus santo, isso quando a música cantada e tocada é adoração e não somente
arte. Não temos o direito, em nome da liturgia, de impedir o povo de Deus de
adorar, com todo o coração, com todo o sentimento, com todo o pensamento. Essa
geração precisa disso, mais que as anteriores, caso contrário Deus não estaria
movendo o Espírito Santo nessa direção nos últimos tempos.
Não
estou dizendo que culturas e tradições de denominações devam ser esquecidas, violentadas,
não, não é isso. Mas entremos com calma nesse caminho, comecemos levando as
equipes de louvor de nossas igrejas à oração, músico precisa orar, ter
encontros com Deus em oração. Depois é preciso conhecer o que está acontecendo
no reino de Deus, é preciso ouvir a música evangélica que está sendo feita nos últimos
tempos, ouvir e separar, porque muita coisas ruim também tem sido produzida. Então,
poderemos aprender e compartilhar com a igreja, em Espírito e em verdade.
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