segunda-feira, junho 13, 2016

Liberdade com sabedoria

      Vamos refletir um pouco sobre liberdade religiosa. Há um tempo, quando o mundo ainda estava à sombra da igreja romana, o cristianismo tinha algumas vantagens, podia fazer algumas coisas publicamente e legalmente, enquanto que outras religiões precisam ficar nas trevas completas, mesmo os protestantes tinham que ser discretos. O mundo mudou e em alguns aspectos, para melhor, um deles é a vigência do conceito de laicidade, desligando o governo político da igreja católica, todas as religiões ganharam direitos iguais. Isso está correto, o governo político administra para esse mundo, e nesse mundo as pessoas podem escolher terem essa, aquela ou nenhuma religião.
      Os mais rasos poderão dizer que isso deu poder ao inimigo, é mentira, isso somente deixou as coisas claras e assumidas. Quando o mundo ocidental oficialmente estava debaixo do poder religioso e mesmo político do catolicismo, também existiam outras religiões, só que a maioria delas estava escondida, por era usado, bem mais que hoje em dia, o conceito de ordem secreta. Por que era secreta? Porque tinha que existir escondida da igreja romana, bem, isso foi muito mais relevante durante a inquisição, quando se matou tantos e tantos, alegando muitas vezes, senão na maioria delas, bruxaria e qualquer coisa que fosse contra os princípios católicos, e digo católicos, não cristãos, pois o cristianismo verdadeiro e primitivo nunca admitiu perseguição e violência contra aqueles que não são cristãos.
      Contudo, e vamos ao ponto da reflexão, sem sabedoria, numa arrogância imatura, muitos crentes se acharam no direito de elevar às alturas o volume de som de seus cultos, invadiram privacidades e perderam o controle sobre as suas. Falaram, gritaram, alegando legitimidade por estarem pregando a verdade a um mundo em trevas, assim perderam o cuidado com o primeiro direito que Deus deu às pessoas: o livre arbítrio. Se tivéssemos agido com sabedoria, com equilíbrio, com respeito, talvez não teríamos despertado a ira dos ímpios, que agora, num estado laico, e repito, não existe nada de errado com isso, também têm direito aos mesmos excessos. Eu acredito que mesmo que não representemos todo o planeta, somos nós, os da luz, os cristãos, os convertidos e selados com o Espírito Santo, que dão o tom ao mundo: se estamos andando corretamente, em santidade, em justiça, todo o planeta, mesmo a parte ímpia, é abençoada. Quando a maioria cristã de um país cai, o país cai, veja o exemplo dos EUA, a partir de onze de setembro de 2001.
      Quando a luz age sem sabedoria, as trevas ganham direitos, quando a liberdade, mesmo da luz, é excedida, a liberdade exagerada das trevas ganham legitimidade. Este mundo jaz no maligno, será assim até o fim, aliás no final as manifestações malignas serão até maiores, então, não diga que o que estou dizendo aqui dá direito para o mal, não ache que o que foi dito aqui é tirar o direito do filho de Deus. Não use textos como o de Josué, onde Deus disse que todo lugar que pisasse as plantas dos pés de seu povo seria deles, ou que o povo de Deus sempre seria cabeça e não cauda, ou que Deus daria vitória sobre todos os inimigos. Repito o que tenho dito aqui várias vezes: atualmente vivemos debaixo da nova aliança, os princípios que valem são os do novo testamento, as promessas que Deus deu à Israel no antigo testamento, promessas físicas, geográficas e militares, para nós hoje são meras metáforas.
      Os inimigos que Jesus venceu são os anjos caídos, a culpa que podemos ter por causa dos nossos pecados e as enfermidades físicas, que tanto podem ser vencidas em nossas vidas pelas mãos de profissionais e medicação quanto por atos sobrenaturais, tanto ciência natural quanto ação sobrenatural são milagres permitidos por Deus, ao meu ver. Assim, a Igreja precisa voltar às raízes, à humildade, já se desviou demais, e várias vezes desde que Jesus encarnado e os apóstolo deixaram essa terra. As igrejas não têm direito de invadir templos de afro-espiritismo ou altares romanistas e quebrar tudo, assim como não têm mais direito de cantar seus louvores em voz alta em público, do que as outras religiões têm, para suas divindades e objetos de fé. Essas são regras desse mundo, só no céu, na eternidade com os salvos e que poderemos ter toda a liberdade para adorar e expressar a nossa espiritualidade.
      Assim, não culpemos o inimigo por algo que foi liberado por causa de nossa falta de sabedoria, e nem vou falar aqui e agora, sobre cristãos envolvidos com política, algo que já refleti bastante em outros textos, uma atitude que até agora nenhum bem trouxe às igrejas, ao contrário, só escândalos. Aos espirituais convém serem espirituais, envolvendo-se o mínimo possível, para não escandalizar e não criar problemas desnecessários, com as coisas desse mundo, antes usando tempo e esforços para glorificar a Deus, não só com exposição de cultos hereges, barulhentos e egocêntricos, como se isso fosse prova de espiritualidade e unção, mas com prática de vida santa, simples e realmente cristã, como viveram Jesus Cristo encarnado e os pais da fé no primeiro século.   

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