terça-feira, novembro 22, 2016

Um músico cristão pode fazer música secular?

      Alguns evangélicos/protestantes, mesmo no dias de hoje, ainda ficam escandalizados com músicos "convertidos" comporem músicas com temas religiosos, de adoração, evangelismo, etc, assim como peças "seculares", canções românticas sobre relacionamentos humanos ou sobre outros temas da vida que não cita o nome de Deus de forma direta. A esses eu levanto um questionamento: vocês devem ter câmeras fotográficas, todo mundo tem hoje em dia no celular, bem, o que vocês fotografam com elas? Só fotos dos cultos, do momentos do louvor, da oração, da palavra? 
      Vocês também fotografam a família, os filhos, os namorados, os cônjuges, assim como amigos, fora da igreja, nas ruas, no trabalho, em casa, na escola, correto? Muitas das pessoas fotografadas nem convertidas são, assim como não estão no momento da foto tratando de assuntos religiosos, estou certo? Vocês fotografam também a natureza, o céu, enfim, tudo o que acham que tem alguma estética digna de ser captada e registrada em uma fotografia para ser apreciada depois, confere? 
      Bem, tirar uma foto é fazer arte, não vamos julgar a qualidade ou relevância dessa arte, mas é arte, uma expressão pessoal de algo que é visto, ouvido e sentido da existência. Se é assim com fotografia, por que não pode ser com música ou com literatura, teatro, dança, etc? Arte é interpretação estética da existência, aquilo que é percebido de tudo expressado através de imagens, sons, gestos, etc. O homem não deixa de se relacionar com as pessoas e com o planeta depois que se converter, ele não se transforma num ser 100% espiritual. 
      Dessa forma, se ele usar arte, essa arte também poderá ser abrangente, isso se for honesta. Obviamente um convertido muda de prioridades, muda de ótica, assim sua arte também mudará. Mas não existe nada de errado, de pecaminoso, num compositor convertido compor uma música que não trate diretamente de Deus, mas de um romance, de um tema social ou da natureza. Como sempre, essa reflexão é uma introdução, mas pense a respeite, se é que isso ainda é escândalo para alguém hoje em dia.

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