quarta-feira, março 15, 2017

Aprovação de homem, uma armadilha

      Já falei sobre esse assunto aqui, várias vezes, a necessidade de ser aprovado por homens é uma fraqueza que quase todo ser humano tem, em maior ou menor instância, de maneira mais explícita ou disfarçada. Por quê? Porque a maioria de nós ou não fomos incentivados com elogios o suficiente, ou fomos mimados demais com eles. 
      Se tivemos falta, nós os buscamos, se tivemos excesso, nós os exigimos. De um jeito ou de outro, dependemos demais da aprovação das pessoas, de seus reconhecimentos de nossas atitudes e sentimentos. Isso se torna uma armadilha, mendigando por elogio e aprovação, nos vendemos por qualquer preço a qualquer um. 
      Moças se apaixonam por cafagestes, porque esses lhes fazem promessas mentirosas ou enaltecem qualidades físicas que elas não têm, só para terem algum proveito pessoal e egoísta. Mas não só relacionamentos afetivos são mal feitos, por causa de nossa necessidade de aprovação humana, relacionamentos profissionais injustos podem ser mantidos, por patrões que se aproveitam de empregados carentes e sem amor próprio. 
      Contudo, é nas igrejas que essa fraqueza humana é mais usada, por falsos pastores, líderes inescrupulosos, que precisam para manterem seus "ministérios-empresas", da mão de obra gratuíta de crentes sinceros, mas obsessivos pela aprovação de um lider friamente paternalista e carismático. Crentes fracos trabalham por anos na obra, para obterem um status na hierarquia, um cargo, um título, só para se sentirem aprovados e honrados por homens.
      Essa obsessão continuará nos afligindo e escravisando enquanto não entendermos que Deus é maior que homens. Mas para entendermos isso não basta uma experiência só mental. A maioria dos cristãos, se não todos, sabem e cantam a grandiosidade de Deus, contudo, na prática, creem num Deus pequeno. Precisamos ter uma experiência emocional e espiritual, com todo o nosso coração sendo inundado pelo Espírito Santo, e nos convencendo que importa pra nós, acima e antes de tudo, o que Deus pensa de nós. 
      Esse Deus, supremo, vê nossa sinceridade, sabe de nosso esforço, e mesmo assim só pede de nós o que está dentro de nossos limites, para agradarmos a Ele e seguirmos em paz, satisfeitos que não devemos mais nada a ninguém. Essa questão é muito séria, deveria ser prioridade no processo de cura espiritual, exercida nas igrejas. Infelizmente, como eu já disse, cristãos fracos, ignorantes e carentes interessam a líderes manipuladores. 
      Abramos os olhos, conheçamos o Deus que temos, busquemos cura. Não somos obrigados a permanecer numa igreja para sempre, pastores não são deuses, profetas devem ser avaliados com oração e com a Bíblia. Também não caiamos na palavra enganosa que diz que nenhuma igreja ou líder são perfeitos por isso devemos nos resignar com o lugar onde estamos e com o líder que temos. O principal motivo de muitos caírem nesse engodo é justamente a busca de aprovação humana.
      Eu sei que os primeiros anos de conversão são difíceis, o novo nascido sincero e genuíno pode ter uma dependência afetiva de seu pastor, como um bebê de sua mãe. Bons e genuínos pastores exercerão essa relação com sabedoria e amor, graças a Deus por eles. Contudo, dois pontos precisam ser ditos: em primeiro lugar não podemos ser crianças espirituais pra sempre, precisamos crescer. Em segundo lugar, nesses últimos e terríveis últimos tempos, a Igreja tem se desviado muito, e infelizmente, principalmente os líderes.
      Que Deus domine sobre nós, e depois dEle, pastores idôneos, que se procurarmos com cuidado e trabalho, acharemos. Esses bons homens não explorarão nossas fraquezas, nossa carência de aprovação humana, mas nos ajudarão a vence-las, com humildade e verdadeira unção do Senhor, para a glória de Deus.

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