segunda-feira, abril 09, 2018

Perdão

      "Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça." I João 1.8-9

      Perdão, um assunto que deve ser postado sempre, afinal de contas, o que diferencia o cristianismo das religiões, é o perdão. Na verdade, só o cristianismo oferece perdão de fato ao homem, algo que é mais que uma atitude humana para se viver em paz com os semelhantes, um dever social, cívico, que mesmo psicoterapeutas aconselham. O perdão do cristianismo é baseado na vida, morte e ressurreição do filho de Deus, Jesus Cristo, sem pecado e na carne, esse perdão tem poder de salvar, de dar paz, de religar o ser humano, criatura de Deus, ao pai, fazendo do homem, então e só então, filho de Deus.
      Contudo, o fundamento da vida cristã é, na prática, esquecido por muitos, e infelizmente, principalmente por velhos na fé, eu disse velhos, não maduros. Sim, muitos podem passar anos dentro de igrejas, assistindo cultos, decorando versículos, exercendo cargos, aprendendo a cantar, a falar, a se vestir e se portar, como evangélicos, mas sem realmente amadurecerem espiritualmente em Cristo. Por que isso acontece? Porque muitos se cansam de exercer perdão, de perdoar, de se perdoar, de pedir perdão, seja aos homens ou a Deus.
      Muitos têm o princípio espiritual equivocado que diz que quem pede muito perdão revela que é fraco, que é pecador, na jactância de quererem mostrar o que não são e nem precisam ser, pelo menos não pra Deus, param de pedir perdão. Existem pastores que consideram isso uma humilhação, uma descida de nível, esses parecem mais alguns sacerdotes romanos, com essa atitude arrogante, que pastores humildes do reino de Deus. Eles até pedem perdão a Deus, secretamente, mas aos homens, ah, isso é difícil. Essa atitude emperra toda a vida cristã, deixa cristãos velhos, mas nunca maduros.
      O cristão maduro não é o que não peca, mas o que sente a seriedade de seu pecado mais e mais, à medida que os anos passam. Ser santo é se sentir mais sujo, não menos, é aumentar a acuidade da lupa que procura e acha coisas que desagradam a Deus em nossas vidas. Entenda certo, esse cuidado não significa que não temos paz, que vivemos em pecado, e em maior quantidade a cada dia. Isso mostra que queremos ser mais e mais melhores a cada dia, mais santos, e portanto, experimentando mais e mais o perdão. Faço uma pergunta, a resposta revelará o nível real de espiritualidade de cada um: há quanto tempo você não pede perdão a alguém? Se faz muito tempo, ou você é perfeito ou é mentiroso, assumindo que não tem pecado quando tem.
      Não tenha medo de pedir perdão, não tenha vergonha, se é que você vive uma vida espiritul em primeiro lugar para Deus e não para os homens. Os outros vão saber que você errou? O outro poderá não te dar perdão, mesmo sendo um cristão? (E infelizmente isso acontece muito, muitas vezes é mais fácil ser perdoado por um ímpio, por um ateu, por um esotérico, por um espírita, que por um autodenominado “irmão em Cristo”). Enquanto o Espírito Santo mandar, peça perdão, mas saiba que Deus é sábio, ele sempre nos perdoa e nós devemos nos perdoar sempre, mas quando alguém não quiser nos perdoar mais, o próprio Espírito Santo nos orientará a não procurar o outro, isso pode acontecer, sim.
      Não durma sem analizar o dia e experimentar todas as direções do perdão. No casamento, então, isso é imprescindível, como dormir na mesma cama, ter intimidade física, compartilhar o preço da sobrevivência neste mundo, sem estar com o perdão em dia com o cônjuge? Impossível. Quanto for possível, façamos tudo o que está ao nosso alcance para perdoar e solicitar perdão, mas repito, muitos que se dizem cristãos, não o são de fato, pois negam ao outro, principalmente aos irmãos de fé, o perdão. Com esses mantenhamos distância educada e não nos sintamos em dívida, fizemos a nossa parte e o nosso pecado confessado foi pago na cruz, portanto, a dívida não é mais nossa, mas de quem retém o perdão.

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