Já vi também muito líder querendo ministério musical reconhecido,
vender CDs, emplacar hits nas igrejas e rádios, encher estádios com shows
mirabolantes. Então eu torno a questionar: é assim que a coisa funciona no meio
do povo de Deus? Bastar ter talento musical e querer notoriedade para que o
ministério aconteça?
Talvez a pergunta certa seja até que ponto tal notoriedade serve a
Deus? Não, por favor, não entendam errado, Deus chama, sim, pessoas especiais
para ministérios especiais, Deus prepara pessoas, com talento, unção e carisma,
para estar debaixo de holofotes e levar o Evangelho às multidões. Temos visto
isso, graças a Deus, no Brasil, ministérios de música de excelente qualidade
artística e aprovados com uma unção diferenciada do Senhor. Esses ministérios
têm sido divisores de água no trabalho da igreja evangélica em nosso país. Mas
eu torno a perguntar, precisa ser notório para ser útil nas mãos de Deus?
Claro que não, e notoriedade não é pra qualquer um. Já disse isso
outras vezes, mas não concordo com aquele ditado que fala que “Deus não chama
os preparados, mas prepara os chamados”, em minha opinião Deus prepara os
preparados para obras específicas. Quem é preparado? Todos, de alguma forma e
para um determinado fim. Portanto precisamos ter discernimento para entender o
que Deus quer de nossas vidas, mesmo sabendo do potencial que temos.
O problema é que às vezes pensamos assim: “tenho talento, tenho
convicção de minha chamada, então Deus tem grandes coisas pra mim”. Já tive a
oportunidade de compartilhar na postagem Síndrome
de super-herói minha opinião sobre sair da igreja local em carreira solo,
ter um ministério independente de uma igreja local, sem estar sob a liderança direta
de um pastor específico. Como disse nesse texto, respeito essa postura e
acredito que ela possa vir de Deus, contudo penso que ela é exceção, não regra.
As pessoas devem orar bastante quando sentem que esse deve ser o caminho para
seus ministérios. Em minha experiência, na maioria das vezes, nós músicos, e eu
sei disso porque sou músico, queremos é uma plateia maior, queremos mais
aplausos, queremos quantidade, e não realmente obedecer a voz do Espírito,
reinterando, essa é minha opinião e minha vivência.
Nessa atitude, que pode ser impulsiva, por faltar paciência para
esperar em Deus que Ele nos use dentro e através da igreja local, nos colocamos
numa liberdade perigosa que pode nos levar ao esfriamento e mesmo ao desvio.
Não basta querer e poder tecnicamente para fazer, Deus tem que querer e só Deus
pode fazer de um ministério musical uma bênção para as nações. Estendo essa
minha opinião aos pregadores, que também podem ter essa tendência de carreira
solo. Na verdade o que eu acredito é que a ligação com uma igreja local, que estar
debaixo da autoridade de um pastor, conviver com uma comunidade, com sua
hierarquia, com os departamentos, no dia a dia, é indispensável para que
recebamos o tratamento do Senhor em nossas vidas, tratamento esse que tem como
objetivo moldar nosso homem interior. O personagem de artista pode ficar mais evidente
que o servo de Deus, esse último não é personagem, não é uma capa, mas a
realidade do coração que obedece verdadeiramente a Deus em humildade e em
simplicidade.
Lembro-me de Johann Sebastian Bach (Eisenach, 31 de março de 1685
— Leipzig, 28 de julho de 1750), músico alemão. "Sua habilidade ao órgão e ao cravo foi amplamente reconhecida enquanto
viveu e se tornou legendária, sendo considerado o maior virtuose de sua geração
e um especialista na construção de órgãos. Também tinha grandes qualidades como
maestro, cantor, professor e violinista, mas como compositor seu mérito só
recebeu aprovação limitada e nunca foi exatamente popular, ainda que vários
críticos que o conheceram o louvassem como grande. A maior parte de sua música
caiu no esquecimento após sua morte, mas sua recuperação iniciou no século XIX
e desde então seu prestígio não cessou de crescer." (fonte: wikipédia).
Bach trabalhou em várias cidades e desempenhar diversas funções
como instrumentista, cantor, compositor, professor e música e construtor de
órgãos, mas praticamente, na maior parte do tempo, Bach foi músico local alemão (cantor
chefe e organista) de igreja luterana, não um artista pop reconhecido em toda a
Europa como outros (Handel e Mozart, por exemplo). Hoje ele é considerado "um dos mais prolíficos compositores do
ocidente. O número exato de suas obras é desconhecido, mas o catálogo BWV
assinala mais de mil composições, entre elas inúmeras peças com vários
movimentos e para extenso conjunto de executantes. A vastidão de sua Obra fica
ainda mais óbvia quando se sabe que possivelmente metade dela se perdeu ao
longo do tempo." "Na apreciação contemporânea Bach é tido como o maior nome da música barroca, e muitos o veem como o maior compositor de todos os tempos, deixando muitas obras que constituem a consumação de seu gênero." (fonte: wikipédia).
Não, fama e reconhecimento da maioria nada significam,
principalmente para um servo de Deus que só quer adorar ao seu Senhor através
de sua musicalidade, isso basta, só isso.
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